A dermatologia é uma área médica que desempenha um papel vital na detecção e tratamento de uma variedade de condições de pele, desde as mais simples até as mais complexas. Com o avanço das tecnologias médicas, a dermatoscopia digital e o mapeamento corporal total emergem como ferramentas essenciais no diagnóstico precoce e acompanhamento de lesões de pele. Essas inovações combinam a ciência da dermatologia com a potência da tecnologia digital, oferecendo uma abordagem mais precisa e abrangente no cuidado da saúde da pele.

O QUE É DERMATOSCOPIA?

A dermatoscopia é um exame que permite ao dermatologista examinar a pele e, especialmente as pintas, em detalhes ampliados, revelando características que não seriam visíveis a olho nu. Ao usar o dermatoscópio digital, um dispositivo com iluminação polarizada que amplia a imagem da lesão, o dermatologista pode examinar as estruturas da pele em níveis microscópicos, diferenciando as lesões benignas das suspeitas de malignidade.

Uma das vantagens da dermatoscopia digital é a capacidade de armazenar imagens ao longo do tempo, o que permite ao dermatologista monitorar mudanças sutis em lesões existentes ou novas. Esse acompanhamento detalhado é essencial para identificar sinais precoces de malignidade e tomar decisões sobre a intervenção médica necessária. Além disso, a dermatoscopia também desempenha um papel crucial na triagem de pacientes em risco, permitindo que os dermatologistas identifiquem lesões suspeitas antes que se tornem um problema maior.

O QUE É MAPEAMENTO CORPORAL TOTAL?

O mapeamento corporal total é um exame realizado por dermatologistas, com o intuito de facilitar a detecção precoce do melanoma, uma variante de câncer de pele reconhecida por sua agressividade.

No processo de mapeamento, são capturadas imagens padronizadas de diferentes partes do corpo, utilizando um programa especializado. Essas imagens servem para comparação ao longo do tempo, permitindo identificar lesões recentes ou alterações em nevos (conhecidos como "pintas" ou "sinais") que já estavam presentes. Além do registro de imagens corporais, também é aplicada a técnica de dermatoscopia digital para examinar os nevos. Durante esse procedimento, as lesões são observadas com aumentos que variam de 20 a 70 vezes, permitindo uma análise sequencial.

A principal finalidade deste exame é a detecção antecipada do melanoma, mesmo em estágios iniciais, nos quais a lesão pode não apresentar características suspeitas a olho nu ou até mesmo sob dermatoscopia durante a primeira avaliação. Assim, melanomas em estágios muito primários, que não se distinguem claramente de nevos (que são lesões benignas), podem ser identificados no estágio mais precoce. Isso ocorre porque essas lesões exibem mudanças ao longo do tempo, ainda que sutis, que podem ser discernidas somente por meio da dermatoscopia digital.

Além da identificação de melanomas em seus estágios iniciais, o procedimento de mapeamento corporal total e dermatoscopia digital também tem a capacidade de reduzir a necessidade de biópsias desnecessárias e de detectar outros tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.

O mapeamento corporal total também está se beneficiando dos avanços na inteligência artificial e na aprendizagem de máquinas. Algoritmos sofisticados são desenvolvidos para analisar automaticamente as imagens capturadas, identificando padrões e características que podem indicar a suspeita de câncer de pele. Esses algoritmos podem ajudar o dermatologista a tomar decisões, além de melhorar a precisão diagnóstica. No entanto, embora a tecnologia seja uma ferramenta poderosa, a expertise clínica de um dermatologista ainda é indispensável para a avaliação precisa e o diagnóstico correto.

PARA QUEM O MAPEAMENTO CORPORAL TOTAL É INDICADO?

O mapeamento corporal total em conjunto com a dermatoscopia digital é particularmente recomendada para indivíduos com risco aumentado para câncer de pele. Isso inclui:

• Pessoas que apresentam múltiplos nevos (especialmente quando a quantidade excede 100 nevos),
• Nevos atípicos (também conhecidos como nevos displásicos),
• Histórico pessoal e/ou familiar de melanoma.

A frequência com que esse exame é realizado varia conforme o risco específico de cada pessoa. Geralmente, é conduzido a cada 6 a 12 meses, embora haja casos em que determinadas lesões possam requerer uma reavaliação em um período mais curto, como 3 meses.